Alexander Nevsky

Music by Sergei Prokofiev

 

 

 

 

 

 

A música de Alexander Nevsky (1938) freqüentou os mercados da música clássica e das trilhas sonoras com rara respeitabilidade. Foi um dos trabalhos menos “criticáveis” por quem escreveu sobre da música para filmes justamente por ter sido criado por um dos maiores nomes da música sinfônica.

 

Independentemente de qualquer escola musical ou gênero de cinema, a trilha de Alexander Nevsky, impressiona pela expressão imediata – ingrediente básico das melhores trilhas – e extraordinária grandeza. A abertura em Russia Under the Mongol Yoke, carrega nas tinturas dramáticas e na sugestão da frieza glacial das estepes russas. Performances corais (a união das vozes como união entre os homens) têm presença importante na trilha como nas cantatas ufanistas de Song About Alexander Nevsky e Arise Ye Russian People. Por sua vez a longa suíte The Battle of the Ice (com 12 minutos) é freqüentemente citada como uma das maiores criações já feitas para um filme por sua associação à montagem e expressão de apoio à narrativa. A ação cênica, nessa seqüência, é pontuada com incrível força sugestiva pela massa orquestral, desde a preparação climática de abertura e os primeiros movimentos de marchas, até os embates violentos, (mas não exatamente heróicos) que levam à trágica conclusão. A faixa seguinte, com a lamentação fúnebre de The Field of the Dead, acentua ainda mais a ampla expressão de Battle of the Ice. Na seqüência, Alexander’s Entry Into Pskow conclui a obra gloriosamente com corais triunfantes entre toques de sinos e explosões de metais. Editada na série The Originals, do selo Deutsche Gramophon, em gravação de Claudio Abbado de 1980, o CD ainda inclui a música para o filme Leutnant Kijé (1933) caminha por terrenos bem menos tempestuosos. Apesar de vibrante e com emprego freqüente de ritmos militares, como no tema de abertura, a trilha traz momentos mais intimistas e humorados, como o simpático solo de flautim sobre repique de caixas de Kijé’s Birth. Momenos introspectivos como em Romance e dançantes como nas valsas de Kijé’s Wedding e Troika, acrescentam variedade e dão fluência à trilha. Também está nesse CD, a peça Scythian Suíte (1915), composição para salas de concerto, mas tão expressiva e colorida com seus ritmos bárbaros e vibração diabólica que poderia passar facilmente como uma trilha sonora, sendo sua inclusão entre as duas composições para filmes, bastante apropriada.