Invasion of Body Snatchers

Music by Denny Zeitlin

 

 

 

 

 

 

 

Um dos grandes filmes de horror do cinema moderno, Invasion of Body Snatchers (Invasores de Corpos, 1978) de Philip Kaufman é na verdade uma sequência de Invasion of Body Snatchers (Vampiros de Almas, 1956) de Don Siegel, mais do que propriamente uma refilmagem.

Sem incorrer nas entrelinhas políticas da era macarthista do original, Kaufman concentrando-se no drama humano. A anulação ao indivíduo e a massificação de pensamentos e comportamento foi um tema que rendeu grandes filmes no gênero fantástico e Invasion of Body Snatchers é seguramente um dos melhores. O filme também tem algumas ironias nerd, como escalar Leonard Nimoy como um psicólogo possivelmente já substituído por um alienígena.

Denny Zeitlin, amigo do diretor Kaufman desde os tempos de estudante, foi uma escolha bastante natural, pois sua formação em psiquiatria e música fazia dele o compositor ideal para acentuar o desequilíbrio emocional pedido pelo filme. Zeitlin genialmente (e subliminarmente) desorienta linhas convencionais de percepção auditiva.

 

 

 

 

 

O tema de abertura, por exemplo, parte de construções familiares como temas de filmes de ficção da década de 50 e em seguida expande sua ação para um território sonoro realmente alienígena. Assim como Rescue, Scape To Darkness ou Flight, que misturam arranjos instrumentais incomuns a eletrônica em um resultado desorientador. A combinação de forças orquestrais e eletrônicas (em um Prophet analógico – glory days!) e até truques de gravação e mixagem na criação do ambiente sonoro colocam o compositor entre os mais criativos das trilhas sonoras. O medo psicológico e físico que Kaufman explora com grande eficiência no filme, teve genial correspondência na paisagem de horror musical criada por Zeitlin. O fôlego inumano de Escape To Darkness, a desorientação espacial de temas distintos (jazz e soul) entre texturas eletrônicas de On the Streets, as dissonâncias de Angel of Death ou a conjuração de forças sonoras na assustadora The Reckoning, são momentos de genialidade sem paralelo. Uma edição destacável entre as mais importantes do mercado moderno e que serve de exemplo de como o mercado de trilhas de cinema prosperou na última década, no sentido de resgatar trabalhos antológicos. A edição do selo Perseverance inclui uma simpática entrevista com o compositor.