Forbidden Planet
Music by Louis & Bebe Barron
“Ainda não existiam sintetizadores quando fizemos a trilha para esse filme, e assim estivemos livres para explorar essa “terra desconhecida” repleta de surpresas e aventura” - Louis e Bebe Barron
Em plena explosão da cultura juvenil dos anos 50, o filme Forbidden Planet (Planeta Proibido, 1956), com sua ambição temática e influência shakespeareana (com roteiro livremente baseado em The Tempest), ficou na história como um dos maiores clássicos da ficção científica no cinema, além de ter deixado para o folclore cinematográfico, a antológica figura de Robby, o Robô. Sua trilha sonora é uma raridade tanto musical quanto cinematográfica. Foi criada por Louis Barron [1920 – 1989] e sua esposa Bebe Barron [1927 - 2008], estudiosos da música eletrônica e pioneiros no seu uso para filmes no cinema americano. Partindo de conceitos de cibernética, desenvolveram um trabalho paralelo aos estudos de vanguardistas franceses e alemães nos anos 50. Simplesmente não há similares às experiências sonoras ouvidas em Forbidden Planet, uma verdadeira sementeira de efeitos eletrônicos que chega ao extremo de explorar a divisão dos canais estereofônicos em alguns momentos. Do climático ao aleatório a trilha exibe uma infinidade de sons e efeitos que só seriam popularizados vinte anos depois, através do trabalho de grupos eletrônicos e progressivos. Mais do que produzir música no sentido tradicional, a trilha desenvolve climas distintos combinando a resposta sonora de circuitos geradores independentes. Ondas ascendentes e descendentes, trinados, silvos, bips e ecos se alternam em uma paisagem sonora realmente de outro mundo. Certamente foi algo incomum para as plateias da época a substituição da tradicional música dramática pelas modulações eletrônicas para os encontros românticos de Alta (Anne Francis) nos jardins do planeta Altair IV, a entrada em cena de Robby, ou as paradisíacas instalações do Dr. Morbius. A originalidade (principalmente considerando a época) foi tamanha que o crédito nos letreiros, não se referia à criação de música e sim a Electronic Tonalities by Louis & Bebe Barron. “Ficamos lisonjeados quando alguém nos diz que as tonalidades de Forbidden Planet a fizeram lembrar o som de seus sonhos”, diz o casal, dando uma certeira dimensão de onde conseguiram chegar com sua “música” desbravadora e que ainda hoje mantém intactos todo o seu mistério e fascínio.

Exploração
eletrônica
10
em