Melodies in Love - The Erotic

World of Gerhard Heinz 

 

 

 

 

 Abrangendo dez anos de produção musical a coletânea Melodies in Love é um simpático registro da carreira de Gerhard Heinz assim como um catálogo do que de melhor se fez na musica popular (do pop dos anos 60 à discoteque dos 70).

No emprego da moda musical mais evidente de cada período e com o tempero extra de terem servido a uma série de filmes eróticos (antes dos explícitos), o desfile de balanços sensuais, sussurros femininos, números de discotéque e até baladas apaixonadas, revelam Heinz como um devotado artífice do gênero. Uma espécie de Carlos Zéfiro das trilhas sonoras. Sua eficiência sem rodeios é exemplar assim como os climas distintos (do romântico ao devasso) sempre envolvidos em uma cativante sensualidade sonora. Do filme Shameless (1969) até Melodies in Love (1978) a coletânea é a mostra de toda uma produção que corria o risco de ficar esquecida na prateleira de algum estúdio, mas que felizmente está resgatada em uma série dedicada ao gênero pela gravadora alemã Diggler. Na revisão da produção pop/instrumental dos anos 70, a edição tem importância incalculável. Apenas como referência, podem ser destacados como grandes momentos, o canto etéreo (na linha Jane Birkin) de Dampfnudeln (1973), os suspiros de Bangkok at Night (1976), a bossa nova em Smooth Voice (1971), o romantismo pop mais que perfeito de All Said and Done (1978), a atmosfera “marginal” de I Need It (1979) – um número disco com clima psicodélico e solos de sintetizador – além da delicada balada que dá título à coletânea, Melodies in Love (1978). Melodies in Love revela uma produção riquíssima (e acima de tudo divertida) com um saudável senso de “malandragem musical” que precisa ser reaprendido com urgência.