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Vampyre Killers
Rosemary´s Baby

Music by Krzystof Komeda

 

 

 

 

 

Krzystof Komeda pertenceu à seleta categoria de compositores de difícil rotulagem. Os contrapontos climáticos de Rosemary’s Baby (O Bebê de Rosemary) e a desconcertante morbidez cômica de Vampire Killers (A Dança dos Vampiros) simplesmente não têm paralelo em outras trilhas de cinema.

 

As duas trilhas foarm lançadas em uma edição única pela Polonia Records, mas constam também em edições separadas e com edição gráfica sensivelmente aprimorada. O formato “canção de ninar” do tema de Rosemary’s Baby tornou-se clichê no gênero. A resignação e melancolia do canto em vocalização inocente e quase infantil (a exemplo do que fizera Georges Auric em The Innocents) dão certo tom resignado à belíssima peça que abriu o clássico de horror de Roman Polanski de forma tão marcante. Seguem-se arranjos mais fluentes para o mesmo tema em Moment Musical e Rosemary’s Party. A economia instrumental das passagens de suspense sugere segredos indizíveis assim como os arranjos inusitados, que colocam os elementos “fora de seus devidos lugares” em Christmas, Panic e The Coven II. Também se destacam os sussurrados cânticos satânicos de algumas passagens. Por outro lado, suaves temas de jazz contrastam alienadamente ao conjunto, como em Lullaby e The Coven, que são de uma beleza luminosa e atestados do talento múltiplo de Komeda. A trilha se completa com as bizarras emissões sonoras de Through the Closet e What Have You Done To Its Eyes.

Por sua vez, a incrível trilha de Vampire Killers chega a superar a de Rosemary’s Baby, por sua direção musical mais definida. Utilizando vozes como solistas principais, Vampire Killers faz uma criativa e desconcertante mistura entre lirismo e morbidez. A marcha de abertura, Main Title, com modulações vocais simulando reverberação, sobre ostinatos de cravo, cativa imediatamente em sua diabólica comicidade. A beleza de temas como o madrigal Sarah in Bath e Krotock On Sledge, servem para contrastar os climas cadavéricos de Snowman, Portraits, e as arrepiantes vocalizações solo de Vampires To Crypt. Mesmo assumindo climas mais pesados a aura de comicidade é mantida nas performances instrumentais e vocais, que assumem o humor e nunca resvalam na caricatura grosseira. A despreocupada morbidez e a naturalidade com que os climas tétricos são assumidos caracteriza as duas trilhas como transgressões musicais de absoluta originalidade.

Vampire Killers 1967

Rosemary´s Baby 1968

Krzystof Komeda

62 min

Polonia Records

Invenção

Morbidez

Humor

10

em

Vampyre Killers - sound clips
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Rosemary´s Baby - sound clips
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