Sorcerer

Music by Tangerine Dream

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foi uma brava tentativa a do diretor William Friedkim com seu “poema surreal” (impresso no encarte do CD), mas definir a música do Tangerine Dream é algo tão impossível quanto inútil. Sorcerer (Comboio do Medo, 1977), refilmagem do clássico francês Le Saleur de La Peur (O Salário do Medo, 1955) de Henri Georges Clouzout, foi a excelente estréia do grupo no cinema e certamente a melhor trilha já composta pelo Tangerine Dream. Uma espécie de fim de ciclo entre a fase abstrata dos primeiros anos (1972 - 1975) e a posterior orientação techno-pop. No mercado americano o trabalho significou o avanço da música eletrônica como principal suporte sonoro a um filme. Faixas como The Journey e The Mountain Road, remetem imediatamente ao som do Tangerine Dream do início dos anos 70, enquanto que andamentos em ritmos mais definidos como em Vengeance, Impressions e Rain Forest prevêem o caminho para a posterior orientação pop. Mas é nas abstrações de Main Title, The Call e nos 7 minutos de Abyss que a trilha se mostra única em suas inclassificáveis paisagens eletrônicas que conseguem criar um suspense interno, invisível, sorrateiro. A música é usada principalmemte na segunda metade da fita quando os quatro personagens preparam os caminhões com sua carga de nitroglicerina (a faixa Creation) e partem para a viagem suicida (The Journey e Grind). Na sequência em que Scanlon (Roy Scheider) e Nilo (Francisco Rabal) atravessam uma crepuscular “paisagem lunar” a trilha utiliza um trecho de Hymns Spheres para órgão, do tecladista Keith Jarret, não incluído neste CD.