The Stone Killer

Fear is the Key

Music by Roy Budd

 

 

 

 

Somando diversas possibilidades musicais, Stone Killer (Jogo Sujo), é um ótimo exercício na fronteira entre a linguagem orquestral e arranjos pop.

Atmosférica em diversas passagens, a trilha não perde a chance em usar o clichê genérico, como nos repiques militares para sustento do suspense ou referências habituais à época: soul (Black is Beautiful), jazz (Jazz Source) e bossa nova (Bossa Source). Nas faixas M1 e M7 (IDs de gravação, sem título) a soma de orquestra (sopros e cordas) e bateria é exemplar como acentuador de ação. Basicamente é uma trilha de suspense que mantém como destaque o trio básico do compositor (piano elétrico, baixo e bateria) acrescido de cordas e metais para expansão sonora. O resultado é concentrado e potente sem a necessidade de volume sonoro. 

 

A proposta de expansão é ainda mais bem sucedida na aventura Fear is the Key (O Medo é a Chave, 1972), composta por elementos de jazz em variações orquestrais. O tema introdutor, com saxofone sensual e envolvimento auditivo pelas amplas linhas de violinos é um clássico exemplo da função hipnótica e imersiva das trilhas sonoras. Os dez minutos de Car Chase são um grande exemplo na orientação em misturar linguagens em suas quebras rítmicas, solos de saxofone e pulsação de baixo elétrico. Car Chase foi composta de modo a sincronizar com a sequência de fuga automobilística com Barry Newman repetindo os feitos do cult Vanishing Point do ano anterior. A faixa inclui ainda a sonoplastia do filme – pneus, batidas e sirenes – em uma curiosa e dinâmica combinação musical. Uma peça exemplar do gênero. Outros temas são blues instrumentais como em Bayou Blues e Louisiana Ferry. Absolutamente funcionais e sem maior ostentação, as trilhas de Roy Budd acabaram garantindo seu lugar na história como dignos representantes do período.