The Wicker Man
Music by Paul Giovanni
Excelente trilha de influência folk e infelizmente o único trabalho do americano Paul Giovanni no cinema. The Wicker Man (O Homem de Palha) fez do fanatismo religioso dos habitantes de uma ilhota ao norte do Reino Unido, sua principal força e elemento de horror.
O conflito entre o implacável policial de rígida formação católica que investiga o desaparecimento de um habitante, com a libertinagem das festividades pagãs do local, conduz a narrativa até um surpreendente final “herege”. Da mesma forma que Anthony Shaffer pesquisou sobre cultos pré-Cristãos para o roteiro, a trilha de Paul Giovanni empregou elementos da música medieval inglesa e referências celtas para a sugestão pré-cristã (“primitiva” na visão do policial) em que vive a comunidade de protagonistas. As canções de forte conteúdo folk fazem a conexão com a cultura hippie/alternativa que vigorava na época. Faixas como Corn Rigs, Gently Johnny e Willow´s Song poderiam facilmente ser parte do repertório de algum grupo de folk rock do período. A poderosa evocação folk das canções (algumas na voz do próprio compositor) dá corpo à trilha com invejável integridade e a instrumentação inclui exotismos como ocarina, lira e gaita de fole. Enquanto algumas canções flutuam em suspensão etérea como Willow’s Song e Lullaby outras dão o perfeito tom embriagado de pubs e cantinas como The Landlord’s Daughter. Temas instrumentais se apresentam em formato rudimentar, medieval e de andamento hipnótico (percussão em linhas circulares), sendo o maior destaque o tema The Summer is a Cumen In que acompanha o cortejo final para o encontro com o Homem de Palha. A atuação vocal de Christopher Lee e Diane Cilento em The Tynker of Rye acrescenta um extra toque cult à edição. Por muitos anos considerados perdidos, os masters originais de The Wicker Man tiveram o merecido relançamento nesta primorosa edição do selo Silva Screen.





10
Folk
Celta
em
“As canções são totalmente diferentes umas das outras e ainda assim acrescentam muito à atmosfera das cenas. O que Paul Giovanni conseguiu foi extraordinário e absolutamente belo”
– Christopher Lee