Demon Seed
Music by Jerry Fielding
Situado entre a ficção e o terror, Demon Seed (A Geração de Proteus) foi uma ficção científica ambiciosa antes do gênero se tornar um cruzamento pouco criterioso de referências cinematográficas.
Como em 2001 de Stanley Kubrick, Demon Seed teve como um dos personagens principais um computador de inteligência independente que decide reverter as regras a ele impostas e dar continuidade a sua “existência” através de um filho humano. Sua inteligência (e bom gosto) estaria comprovada na escolha da bela Julie Christie como mãe de seu rebento. A abordagem “sacrílega” do roteiro teve seu paralelo na música de Jerry Fielding que desrespeita padrões e convenções tonais familiares ao ouvido em seu ostensivo emprego de modernismo sinfônico e música eletrônica. Uma postura bastante natural na determinação e integridade artística que sempre caracterizaram sua música. Sendo o computador Proteus o personagem condutor da trama, Fielding adotou seu ponto de vista como orientação. Assim, a música é friamente determinada e de articulações incomuns, mas guarda um fascínio único como em todos os trabalhos do compositor. É uma trilha que cumpre musicalmente o que atualmente é função do sound design. Vale destacar Last Voyage como um dos pontos altos (da trilha e do filme) em sua estranha beleza sinfônica, feita para a seqüência de inseminação com uma animação abstrata – lembrando o corredor de estrelas de 2001. As performances eletrônicas contaram com a participação do tecladista Ian Underwood e do guitarrista Lee Ritenour. A edição do selo Film Score Monthly também traz a música do filme Soylent Green.

Modernismo
10
em