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Last Man Standing

Music by Ry Cooder

 

 

 

 

 

 

 

 

Akira Kurosawa nunca negou a influência dos westerns americanos de John Ford e Budd Boeticher na criação de Yojimbo (Yojimbo, o Guarda Costas, 1960). Essa grande aventura de samurais seria o modelo para o spaghetti western A Fistfull of Dollars (Por Um Punhado de Dólares, 1964) de Sergio Leone (que foi processado por Kurosawa pela cópia).

Finalmente em 1996, Walter Hill filmou sua versão da história com Last Man Standing (O Último Matador) transformando-a em um estilizado filme de gangster ambientado em uma velha cidadezinha do oeste. Curiosamente Yojimbo também tem antecedentes no romance Red Harvest de Dashiel Hammet e assim o filme de Walter Hill acaba por se aproximar da tradição pulp/noir que a originou. Um dos pontos altos de Last Man Standing é justamente a trilha sonora que soma elementos diversos, referenciando as versões (e gêneros) em que se baseia. Ry Cooder pôde assim trabalhar com diversas informações culturais e cinematográficas em um resultado abrangente onde se ouve música mexicana, dixieland, blues rural, referência oriental, além das bizarrices sonoras típicas dos faroestes italianos. O excelente tema principal, com um bass saxophone em emissões quase subterrâneas sobre um ritmo sincopado (como nas trilhas de Ennio Morricone) é o principal destaque. Junto a esse tema, são notáveis, a balada mexicana Church e Sanctuary, uma curiosa faixa ambient que encerra o disco em clima descontraído. Frequentemente ameaçadora e em suspense Last Man Standing é o lado negro de Paris Texas (também de Cooder). A proximidade “on the road” entre as trilhas é perceptível em Wanda ou Mexican Hijack, a terra de ninguém sonora, fronteiriça, indefinida, sem regra, sem lei. Com a honra extra de ter substituído um trabalho rejeitado de Elmer Bernstein, Cooder criou em Last Man Standing simplesmente uma das mais interessantes trilhas sonoras do cinema contemporâneo. 

 

Last Man Standing - sound clips
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Last Man Standing   1996

Ry Cooder

71 min.

Verve Records

10

Neo-western

em

“Em essência é um faroeste disfarçado, que aproveita idéias de novelas baratas, quadrinhos, filmes noir e filmes de samurai” – Walter Hill, diretor

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