Michel Legrand

 

“Desde garoto, minha ambição era viver completamente cercado por música.”

 

[1932 - ] Acumulando funçõs diversas como compositor, maestro, arranjador e produtor o francês Michel Legrand é um dos mais admirados talentos musicais de sua geração. Filho do também compositor Raymond Legrand, Michel estudou com a exigente Nadia Boulanger e graduou-se com um respeitável conhecimento em harmonia, piano, fuga e contraponto. Em 1958, já causava admiração na crítica e público com o álbum Legrand Jazz, acompanhado por estrelas como Miles Davis, John Coltrane, Herbie Mann, Bill Evans e Ben Webster.

 

A trilha de Les Amants du Tage (1955) de Henry Vernuill foi sua primeira trilha para cinema. Seguiram-se destaques medianos como Lola (Lola, a Flor Proibida, 1961), Vivre Sa Vie (Viver a Vida, 1962) e Eva (1962). Finalmente teria o reconhecimento internacional com o sucesso dos musicais de Jacques Demy como Les Parapluies de Cherbough (Os Guarda Chuvas Do Amor, 1964), Las Demoseilles de Rochefort (Duas Garotas Românticas, 1966) e Peau D’Anne (Pele de Asno, 1971). O sucesso de suas melodias refinadas, e a sofisticação de seus arranjos, levaram-no naturalmente a um mercado mais amplo. Legrand mudou-se para Los Angeles em 1968 e nas encomendas para cinema teve a chance de diversificar seu trabalho como nas trilhas orquestrais de Ice Station Zebra (Estação Polar Zebra, 1968), The Castle Keep (A Defesa do Castelo, 1969) e Wuthering Heights (O Solar dos Ventos Uivantes, 1970). Faria ainda grandes trilhas jazzísticas, como a de Thomas Crown Affair (Crown, o Magnífico, 1968) cujo tema principal The Windmills of Your Mind é um dos sucessos mais representativos de sua carreira. Trabalhos seguintes continuariam confirmando seu grande talento como melodista e arranjador: La Piscine (A Piscina, 1968), The Go-Between (O Mensageiro, 1971), Summer of 42 (Houve uma Vez no Verão, 1972), Breezy (Interlúdio de Amor, 1973), The Three Musketeers (Os Três Mosqueteiros, 1974), The Other Side of Midnight (O Outro Lado da Meia Noite, 1977), A Love in Germany (Um Amor na Alemanha, 1982), Yentl (1982), Les Uns et Les Otres (Retratos da Vida, 1982, composto junto a Francis Lai), Never Say Never Again (Nunca Mais Outra Vez, 1983) e Partir Revenir (1985). Mesmo com a carreira consolidada, Legrand evitou o comodismo e buscou novas parcerias, novos contatos e produções. Aproximou-se do mercado da musica clássica em gravações próprias ou compondo para balés e continua em atividade com apresentações incessantes.