The Yakuza
Music by Dave Grusin
Interessante variação no gênero de trilhas policiais do período, The Yakuza (Operação Yakuza, 1975) evitou se entregar à ação pura e concentrou sua narrativa em sutilezas dramáticas.
A abertura em Prologue, já apresenta o material melódico temático em clima de mistério e expectativa. Diferentemente de Lalo Schifrin, que em Operação Dragão também investia em referência oriental, Grusin optou pelo suspense e a dramaticidade de escrita para acompanhar a narrativa enxuta de Sidney Pollack. Enquanto Schifrin incursionou pela música dinâmica e muscular, Grusin preferiu a sutileza psicológica uma vez que os dramas e deveres entre os personagens significam muito mais na ação da fita do que os embates físicos. O tema principal, por exemplo, é doce e reflexivo e grande parte da trilha é delicada e precisa como uma gravura japonesa. Mesmo o filme contando com grandes passagens de ação – imprescindíveis em um filme policial à partir dos anos 70 – a música se esquiva da truculência e concentra-se em reminiscências ou acentuação de suspense. Em Kendo Sword Ritual, a resignação do tema principal é circundada por motivos de suspense em referência oriental (flauta, percussão). Equilibrando-se entre ocidente (blues, jazz) e oriente, momentos como 20 Years Montage e Girl and Tea são de uma transparência luminosa em seu refinamento. Até mesmo no violento confronto final – a faixa Big Fight – a música é sutil, referindo mais o suspense e a expectativa. Para Big Fight, Grusin utilizou amostras de flautas shakuachi, que Pollack havia gravado com antecedência, e completou a faixa com arranjos seus. A romântica Sayonara pode ser ouvida como um modelo prévio do que Grusin faria mais vezes nos filmes do Pollack. Nas faixas bônus Blues Combo e Shine On, a música volta ao modelo familiar de soft jazz para momentos de source music. The Yakuza, primeira parceria entre Grusin e Pollack, é possivelmente o trabalho menos pop e mais cinematográfico do compositor.





“O que é incrível em Dave, é que ele conseguiu uma música com muito de Japão nela, e ainda assim soando reconhecível a ouvidos ocidentais”. Sidney Pollack
Introspecção
Refinamento
10
em