Lalo Schifrin
[1932 - ] Nascido na Argentina, Boris Claudio Schifrin teve participação significativa tanto na história do jazz quanto na música de cinema. Filho de um violinista e interessado por jazz desde a adolescência, Schifrin estudou no Conservatório de Paris onde teve aulas com o vanguardista Olivier Messiaen. Paralelo aos estudos clássicos tocou piano em clubes noturnos de jazz. De volta a Argentina, formou sua própria banda, com 16 integrantes e alcançou sucesso nacional. Em 1957 conheceu o trompetista Dizzy Gillespie para quem apresentou alguns arranjos de sua autoria. Gillespie, então sem pianista na banda, aprovou os arranjos e o convidou a integrar o grupo. A parceria permitiu a Schifrin compor peças que marcaram o repertório do trompetista como Gillespiana, The New Continent e Atlantis, que já apontavam para uma sugestão visual e climática, antecipando muito do que o compositor faria para o cinema.
O início da década de 60 marcou um período de ascensão para Schifrin: ele compôs e arranjou para grandes nomes como Quincy Jones, Count Basie e Stan Getz, gravou álbuns de bossa nova e estreou em trilhas de cinema com Rhino! (1963). Seguiu-se um período de grande atividade com as trilhas de Joy House (Jaula Amorosa, 1964), The Cincinnati Kid (A Mesa do Diabo, 1965), Once a Thief (A Marca de Um Erro, 1965), Murdere’s Row (Matt Helm Contra o Mundo do Crime, 1966), Cool Hand Luke (Rebeldia Indomável, 1967), The Fox (Apenas Uma Mulher, 1967), Coogan’s Bluff (Meu Nome é Coogan, 1968), Kelly’s Heroes (Os Guerreiros Pilantras, 1970) e o documentário Hellstrom Chronicles (1971). Teria seu nome popularizado principalmente com as trilhas das séries de TV Missão Impossível (1967) e Mannix (1969). Seu trabalho fez escola no gênero ação/policial com as trilhas de Bullit (1968), Dirty Harry (Perseguidor Implacável, 1971), Magnum Force (Magnum 44, 1973), Prime Cut (A Marca da Brutalidade, 1972) e Enter the Dragon (Operação Dragão, 1973). Alguns trabalhos de estúdio, como o cultuado Dissection and Reconstruction (1966), que mesclava música barroca ao idioma de jazz, tiveram um correspondente aproximado nas trilhas de The Fox (Apenas Uma Mulher, 1968) e The Four Musketeers (A Vingança de Milady, 1974).
Schifrin continuou criativo em séries de TV como Starsky & Hutch e nas trilhas de Voyage of the Damned (Viagem dos Condenados, 1976), The Eagle Has Landed (A Águia Pousou, 1977), Rollercoaster (Terror na Montanha Russa, 1977), The Amytiville Horror (Horror em Amytiville, 1979), Brubaker (Brubaker, 1980), The Competition (A Competição, 1980) e The Osterman Weekend (O Casal Osterman, 1983). Depois de um período de afastamento das telas – quando se dedicou à ambiciosa série Jazz Meets the Symphony e a direção musical dos shows dos Três Tenores – voltou ao cinema com as trilhas de Rush Hour (1998) e Rush Hour 2 (2001) e os álbuns Jazz Meets the Symphony 5 (2000), além do muito aguardado Return of Marquis de Sade (2002). O selo Aleph Records, fundado pelo próprio compositor, tem colocado trilhas originais e regravações, de volta ao mercado.