Miklos Rozsa
[1907 – 1995] Compositor húngaro que teve grande importância no desenvolvimento da música de cinema em seu curso de amadurecimento. Seus estudos musicais iniciaram bem cedo, aos cinco começou a ter aulas de violino. Sua admiração pelo trabalho de Bela Bartok e Zoltan Kodály também o levaram a pesquisar a música popular de seu país.
Concluídos os estudos, o jovem Rozsa iniciou uma bem sucedida carreira tendo composições muito bem recebidas por condutores e compositores clássicos, entre eles Richard Strauss que elogiou sua Hungarian Serenade op. 10. Por sugestão de Arthur Honneger, também compositor clássico, passou a considerar o cinema como uma nova e interessante área de criação. O trabalho com o produtor Alexander Korda no filme Knight Without Armour o conduziu nesse novo mercado. A parceria com Korda e o início da Segunda Guerra fizeram Rozsa se mudar para a América. Em Hollywood ele deu continuidade à carreira cinematográfica compondo para os filmes Jungle Book (Mowgli, o Menino Lobo, 1942) e Thief of Bagdah (O Ladrão de Bagdá, 1940). Seguiu uma brilhante carreira com seu estilo dramático e grandioso criando absolutos clássicos da composição para filmes como Spellbound (Quando Fala o Coração, 1945), premiada com um Oscar, na qual ele introduzia o uso de ondas eletrônicas produzidas pelo theremin. Sua escrita dramática casou perfeitamente com o ambiente trágico do cinema noir em filmes como Double Idemnity (Pacto de Sangue, 1944), The Killers (Assassinos, 1946), Naked City (Cidade Nua, 1948) e Lost Weekend (Farrapo Humano, 1946). Com a música feita para Quo Vadis (1951) mostrou-se o compositor ideal para sonorizar os coloridíssimos épicos da década de 50. Uma nova série de trilhas marcantes se seguiu: Ivanhoe (Ivanhoé, o Vingador do Rei, 1952), Julius Cesar (1953), O Rei Dos Reis (1961), El Cid (1961) e Ben Hur (1959).
Com a orientaçãp pop ocorrida na década de 60, Rozsa teve que se retirar por alguns anos até ter seu talento novamente reconhecido (como também aconteceria com Bernard Herrmann) por uma nova geração de diretores. Assim ele voltou em meados dos anos 70, a compor para filmes com nas aventuras The Golden Voyage of Simbad (A Nova Viagem de Simbad, 1974), Time After Time (Um Século em 43 Minutos, 1979), o neo-noir The Last Embrace (O Abraço da Morte, 1979) e Eye of the Needle (O Buraco da Agulha, 1981). Seu último trabalho foi a trilha da comédia Dead Man Don’t Wear Plaid (Cliente Morto Não Paga, 1982) de Carl Reiner e Steve Martin, na qual reciclou satiricamente suas criações para os filmes noir.