Touch of Evil

Music by Henry Mancini

 

 

 

 

 

Junto à trilha sonora para a série de TV Peter Gunn, a música de Touch of Evil (A Marca da Maldade) foi responsável pelo destaque ao nome de Henry Mancini no mercado de cinema.

A orientação pessoal do diretor Orson Welles para Mancini foi de que houvesse muita influência latina e que a música, ao contrário de uma trilha tradicional, deveria provir de alguma fonte presente em cena, como rádio ou juke-box (source music). Daí a grande quantidade de rocks e blues que acentuam a atmosfera pesada de todo o filme. Ambientado na fronteira mexicana o drama é um dos mais intensos do cinema em sua exposição sem retoques, de marginalidade e corrupção (não só a instituída, mas também a humana) e a trilha, bastante variada, desfila o melhor rock’n’roll delinqüente que já se ouviu nas telas. O tema de abertura, Main Title, sensual e ameaçador, é um dos melhores da época com seu clima de suspense e percussão conduzida por bongôs. A leveza do tema Susan é uma jóia que brilha isolada no conjunto e antecede o que o compositor desenvolveria com sucesso nos anos 60. Destaca-se na seqüência, a jazzística Reflection (com belo solo de saxofone), a valsa de pianola em Tana’s Theme, e a doce balada Rock Me To Sleep. A faixa Orson Around faz uma conexão didática entre o swing e rock´n´roll. Por sua vez, Background To Murder, uma suíte com sete minutos de variações sobre o tema principal (com grandes performances na percussão), é um dos grandes momentos do compositor e, por extensão, das trilhas de cinema. É o tema usado na sequência do assassinato de Joe Grande em uma magnífica progressão de suspense na qual a música provavelmente (dentro da lógica da source music) vem de alguma fonte externa, da rua ou um bar. Com sua constante tensão rítmica e variedade temática, Touch of Evil também teve importância como propulsora do jazz na escrita para filmes.