Alex North
[1910 – 1991] “De todos nós ele é o mestre”, afirmou Jerry Goldsmith, revelando a influência e importância de Alex North para toda uma geração de compositores e para a indústria cinematográfica americana. No curso de desenvolvimento que as trilhas de cinema naturalmente seguiram, Alex North teve importância fundamental ao introduzir o uso da linguagem jazzística. Foi também um dos maiores renovadores da escrita sinfônica, ampliando e refinando a dramaticidade, grandeza e sutileza nas trilhas. Por isso foi um dos mais requisitados na composição de acompanhamentos musicais para épicos que não pretenderam a ingenuidade tradicional dos espetáculos biblicos.
Sem recursos suficientes na juventude, North trabalhou como operador de telégrafo à noite para custear seus estudos de música durante o dia. Uma bolsa de estudos permitiu que ingressasse na famosa Julliard School, onde conheceu e manteve amizade por muitos anos com Bernard Herrmann. Na década de 40 compôs para documentários de guerra e posteriormente para balés e peças de teatro. Conheceu o diretor Elia Kazan ao musicar a versão para o palco de Morte de um Caixeiro Viajante. Kazan seria responsável pela estréia de North nas telas ao convidá-lo a compor para Streetcar Named Desire (Uma Rua Chamada Pecado, 1951), um trabalho histórico que marcou a introdução de linguagem e arranjos jazzísticos no tradicional comentário sinfônico. No decorrer de sua carreira destacam-se entre grandes trabalhos, Viva Zapata (1952), The Rose Tatoo (A Rosa Tatuada, 1955), Long Hot Summer (O Mercador de Almas, 1958), Spartacus (Spartacus, 1960), The Misfits (Os Desajustados, 1961), Cleopatra (Cleópatra, 1963), The Agony and the Ecstasy (Agonia e Êxtase, 1965) e Who’s Afraid of Virginia Woolf? (Quem Tem medo de Virginia Woolf?, 1966). Também merece menção o tema Unchained Melodie composto para o filme Unchained (Fuga Desesperada, 1955) um obscuro drama penitenciário, que faria sucesso como canção pop, na versão dos Righteous Brothers e que acabaria utilizada com grande sucesso em Ghost (1990).
A longevidade criativa do compositor se estenderia às trilhas de Journey Into Fear (Jornada do Pavor, 1975), Bite the Bullet (O Risco de Uma Decisão, 1975), Dragonslayer (O Dragão e o Feiticeiro, 1981), Prizzi’s Honor (A Honra do Poderoso Prizzi, 1985) e The Dead (Os Vivos e os Mortos, 1987). O compositor Jerry Goldsmith foi responsável pela regravação e disponibilidade para o mercado moderno de grandes trabalhos de Alex North. Entre eles a notória trilha não utilizada de 2001, Uma Odisséia no Espaço.