Vertigo

Music by Bernard Herrmann

 

 

 

 

 

 

Vertigo (Um Corpo Que Cai) é um dos melhores filmes de Hitchcock e hoje está alçado à categoria de um dos maiores filmes da história do cinema. A trilha sonora foi também um considerável best seller do mercado de vinil no final dos anos 50. Suas linhas melódicas amplas e a presença marcante de metais em registros graves eram ideais para a apreciação no recém-nascido sistema da estereofonia domiciliar.

Literalmente vertiginosos, os motivos melódicos circulares que abrem o filme tornaram-se modelo para obras de suspense que quisessem sugerir algum desequilíbrio psíquico e depois de Halloween (de John Carpenter) acabaram facilmente reconhecidas como clichê de psicopatas. Com as faixas editadas na seqüência do filme, a trilha remete à investigação e crescente obsessão do protagonista, vivido por James Stewart, pela bela Madeleine cuja entrada em cena inicia o acompanhamento musical. O tradicional emprego de alternâncias altas e baixas na estrutura das composições de Herrmann teve aqui um significado extra, adequadamente vertiginoso e os motivos em repetição servem exemplarmente á imersão no fluxo obsessivo da narrativa. Na faixa Farewell and the Tower o tema romântico é rapidamente apresentado e a faixa se conclui na queda de Madeleine, sublinhada por explosões de pratos e tímpanos em uma verdadeira assinatura musical do compositor. De instrumentação econômica e escrita determinada, a música de Herrmann conduz o ouvinte (e espectador) através de um curso trágico sem disfarce, com grandes momentos como o quase bolero The Nightmare (para a seqüência de pesadelo) e culmina em Love Music, o ponto alto do filme e da trilha em sua construção crescente e hipnótica, que acompanha os movimentos circulares da câmera em volta de James Stewart e Kim Novak, na antológica cena do beijo.

Da mesma forma que o filme é indispensável como um dos maiores clássicos do cinema, sua música ocupa lugar equivalente como trilha sonora.