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Bernard Herrmann

 

[1911 – 1975] Lembrado principalmente por sua parceria com o cinema de suspense de Alfred Hitchcock, Bernard Herrmann foi um dos maiores nomes da música de cinema. Ainda hoje compositores admitem e assumem sua influência na escrita para filmes de suspense. Herrmann teve uma conduta de trabalho tão personalizada e integrada aos projetos em que se envolvia que é habitual considerar seu trabalho como insuperável. Foi figura essencial nas décadas de 40 e 50, ampliando e refinando o comentário sonoro destinado a um filme, sem medo de praticar ousadias impensáveis anteriormente. Acentuando as sutilezas ou a dramaticidade de todo o filme em que se envolvia, Herrmann contribuiu com o amadurecimento da música no cinema.

 

Por incentivo paterno, desenvolveu interesse em artes logo na infância. Formado pela célebre Julliard School, iniciou carreira como regente ainda nos tempos de estudante. Em 1933 foi contratado pela CBS como maestro e arranjador. Foi na CBS que conheceu, em 1936, o jovem Orson Welles com quem passou a colaborar como diretor musical do programa Mercury Theater – que levou ao ar a notória versão de Guerra dos Mundos. Ao produzir seu primeiro filme, Orson Welles, naturalmente, convidou Herrmann para compor a trilha sonora. Assim o compositor estrearia nas telas em 1940 com Citizen Kane (Cidadão Kane). Infelizmente o projeto seguinte de Welles, Magnificent Ambersons (Soberba, 1942), teve produção tão atribulada devido à interferência de produtores e a insistência em modificar a metragem da película (e consequentemente reduzindo sua trilha musical), que marcou o fim da colaboração entre Herrmann e Welles. A parceria com Alfred Hitchcock teve inicio com The Trouble With Harry (O Terceiro Tiro, 1955), e seguiu com The Wrong Man (O Homem Errado, 1957), Vertigo (Um Corpo Que Cai, 1958), North By Northwest (Intriga Internacional, 1959), Psycho (Psicose, 1960) e Marnie (Marnie, Confissões de Uma Ladra, 1964). Herrmann também fez trabalhos riquíssimos para as fantasias do mestre da animação Ray Harryhausen como The 7th Voyage of Simbad (Simbad e a Princesa, 1958), Jason and the Argonauts (Jasão e o Velocino de Ouro, 1966) e Misterious Island (A Ilha Misteriosa, 1967). Por pressões de executivos de estúdio, a trilha composta para Torn Courtain (Cortina Rasgada, 1966) de Hitchcock, foi substituída e o compositor decidiu deixar Hollywood, em uma época em que trilhas sinfônicas entravam em declínio.

 

Depois de um período compondo para o cinema europeu em filmes como Farhenheit 451 (1966) e The Bride Wore Black (A Noiva Estava de Preto, 1967), ambos de François Truffaut, seu trabalho voltou a ser valorizado por uma nova geração de diretores americanos, entre eles Brian De Palma, Martin Scorsese e Larry Cohen. Mesmo reciclando seu estilo facilmente reconhecível de música para thrillers, Herrmann ainda criou trabalhos notáveis como os de Sisters (Irmãs Diabólicas, 1973), It’s Alive (Nasce um Monstro, 1974), Obsession (Trágica Obsessão, 1976) e Taxi Driver (1975), trabalho concluído um dia antes de sua morte, no natal de 1975.

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