The Bride of Frankenstein

Music by Franz Waxman

 

 

 

 

 

 

Depois de King Kong de Max Steiner, a trilha de Bride of Frankenstein (A Noiva de Frankenstein) foi uma das mais importantes na fundação da linguagem sonora para filmes. Franz Waxman explorou tamanha quantidade de efeitos musicais, para fins dramáticos, humorados, macabros e fantasiosos que a trilha pode ser considerada um catálogo de possibilidades musicais para um filme.

O tema principal, entoado por voz feminina, acrescentou lirismo e beleza em um conjunto que privilegia o humor e o macabro. Além de acentuar a dramaticidade atmosférica, como se ouve, por exemplo, na sombria Monster Entrance ou na dramática Processional March, a trilha tem uma incrível variedade musical em temas distintos como um minueto em Prologue e a divertida Bottle Sequence para a cena dos homúnculos nas garrafas, que chega a lembrar música de desenhos animados. Os motivos de cordas em Pastorale anteciparam muito do que Waxman, e o cinema em geral, acabariam por estabelecer como o ideal em trilha musical romântica. A profusão de passagens distintas que fazem uso de diversas formas como marchas, valsas, polkas, scherzos, árias, rapsódias, e o uso do leit-motif – temas distintos para cada personagem – funcionou como uma espécie de sementeira musical a partir da qual se delinearam incontáveis caminhos para as trilhas sonoras. Outros grandes momentos da trilha são as suítes, como Female Monster Music e The Creation, esta última uma fantástica seqüência de variações sobre o tema principal, sobre um infinito ostinato de tímpano, e construção crescente até o majestoso clímax. A influência da trilha foi tamanha e tão duradoura que os arranjos rebuscados e desenhos instrumentais têm um forte paralelo com o que John Williams fez em sua fase clássica de Star Wars (confira em Monster Breaks Out). A presente regravação (de 1993) utilizou uma orquestra expandida em relação à gravação da época, o que ampliou a expressividade da partitura original, mas não a deformou, e melhor de tudo, não afetou seu sutil toque de humor. O CD traz também uma suíte de seis minutos com a música de The Invisible Ray (O Raio Invisível, 1936), dramaticamente expressiva e que sedimentou o clichê afro-hollywoodiano seguido em diversas aventuras de selva.